SARA SANTOS

por Sherif Awad
Especialmente para www.MeetingVenus.com

Sara Santos

-Tenho excelentes memórias do meu passado, os meus pais sempre me apoiaram em tudo, somos 5 irmãos, uma família muito unida. Ainda sou da geração em que não existia telemóvel ou internet, que brincávamos na rua até tarde, em que passava as férias todas em família e que brincava com os meus pais e irmãos. Era tudo diferente quando não existiam estas novas tecnologias. Penso que os valores familiares se perderam nesta nova geração. Cada um tem um telemóvel na mão e está ligado às redes sociais. Tive uma infância muito feliz.

-Desde muito pequena, talvez com 2 anos, a minha mãe diz que eu comentava que quando “fosse grande”, queria ser igual à Barbie. Os meus pais sempre se valorizaram isso por ser muito pequena. Com o passar da idade, quando me tiravam fotos, fosse na praia, no meu aniversário, fazia pose para a foto como se fosse modelo. Era aquilo que eu queria. E quando cheguei aos 12 anos, confirmou-se, os meus pais inscreveram-me num curso de modelo  com duração de 1 ano e comecei a trabalhar com 12 anos em moda e publicidade.

-Eu sempre amei a moda e também era muito ligada ao cinema. Confesso que o teatro e a dança nunca me impulsionaram a ir ver com grande frequência. Na moda para mim o ícone será sempre a Kate Moss, visto que não podia ser como a Barbie por não ser real, comecei a acompanhar o trabalho da Kate Moss e ela é a minha inspiração na moda, tanto pelo trabalho que desenvolveu, como a sua história de vida e o que teve de lutar para alcançar tudo o que tem hoje com apenas 1.67 cm de altura. Foi e é uma grande inspiração para mim. No cinema, o Richard Gere como ator. Todos os filmes são fantásticos e nunca vão cair no esquecimento, é o tipo de filme que ainda conseguimos ver todos os dias, como o OFICIAL E CAVALEIRO, PRETTY WOMAN, NOIVA EM FUGA, AMAR EM NOVA YORK, LANCELOT, O PRIMEIRO CAVALEIRO, A RAÍZ DO MEDO, INFIEL”, enfim, podia referir inúmeros filmes dele. Todos são bons e mesmo com o passar da idade, continua a ser um excelente ator com filmes de excelência.

-Como referi anteriormente, eu tirei um curso de modelo muito nova, posteriormente fiz vários workshops para actriz e fiz um curso de atriz numa escola de atores que também é produtora de novelas. A formação é muito importante para um artista, há quem tenha sorte, o diretor gosta de uma pessoa para fazer um personagem e não tem qualquer formação. Nos dias que correm, hoje em dia eu acredito que a formação é muito importante, existe muita competição, como tal, habilitações a mais, nunca são demais. Para se tornar um artista, tem de se batalhar muito, trabalhar muito. Em 100 castings, apenas poderá ouvir 1 sim. É um meio muito competitivo e difícil, mas não é impossível. Tem que se lutar muito e acreditar.

– Claro que sim, seria hipócrita da minha parte ou de alguém que pretende ser artista, não ver o seu trabalho reconhecido a nível mundial. É muito gratificante atingir o estrelato mundial, é sinal que as pessoas gostam de nós e do nosso trabalho.

– Eu neste momento, coloquei a moda um pouco de lado, porque tenho 36 anos e já sou considerada “velha” para a indústria da moda. Comecei a dedicar-me mais ao cinema e uma vez mais, a formação é importante. Estou a finalizar a licenciatura em comunicação social, isto porque tenho trabalhado como apresentadora de televisão. Fiz uma curta-metragem nos EUA em 2013/2017 com a Lindsay Lohan “Till human voices wake us” produzido e realizado por Rick Schwartz e Indrani Pal-Chaudhuri. Adorei a experiência do cinema internacional e gostaria de tornar a repetir.
Atualmente, estou a entrar no meio da televisão como apresentadora, mas não descarto a possibilidade de fazer cinema.

– Eu vivo num país muito pequeno. Como tal não é possível comparar relativamente aos EUA por exemplo. Apesar de o cinema ter evoluído, ainda há um longo percurso pela frente. Não existem budgets de milhões nem estúdios para realizar mega produções. São poucos os filmes produzidos em cinema, mas começam a investir mais. O teatro em Portugal por sua vez, consegue atingir uma grande audiência, temos grandes salas de teatro e todas as condições para realizar excelentes peças. Na parte de entretenimiento televisivo, os canais têm apostado em novelas, algumas delas reconhecidas a nível mundial e nomeadas inclusive neste momento para o International Emmy Awards como a “Vidas Opostas. Uma delas chegou mesmo a trazer o award de melhor novela “Ouro Verde”. Na música, Portugal conseguiu ganhar o festival da Eurovisão da canção em 2017, com a música “Amar pelos dois”. Como tal, mesmo sendo um país pequeno, é cheio de talento.

-Tive muito trabalho quando era mais nova, mas mesmo assim não foi suficiente. Fui viver para fora do país e foi fora do meu país que conquistei também muitas coisas que me deram algum reconhecimento mundial, tanto no cinema como na moda.  Na minha situação, se tivesse continuado em Portugal, não tinha alcançado o que alcancei até hoje. Quando regressei ao meu país, foi complicado, porque nunca me deram valor ao trabalho que fiz fora. Daí ter começado a estudar para conseguir trabalhar em tv.

-Neste momento estou muito focada em terminar o último ano da licenciatura de comunicação social, término em maio de 2020. Fiz um casting há 1 ano e meio e consegui ficar com o trabalho como apresentadora de tv de um programa de entretenimento. O programa terminou no final de abril deste ano (2019), aguardo novos projetos.Vamos ver como vai ser daqui para a frente.

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