por Sherif Awad

Beth Bruno


Olá do Brasil,

Obrigado www.MeetingVenus.com.com pela entrevista!

Sou de uma família pequena, meus pais e meu irmão. Minha mãe uma mulher doce e que dedicou a vida à família, meu pai era militar da Marinha do Brasil e foi ele que me mostrou música, jazz, blues, e eu cantava junto com os discos de jazz que ele trazia de suas viagens ao exterior com a Marinha. Eu nasci para ser cantora, aos 4 anos de idade, já cantava jazz. Mas não tinha ideia de que seria cantora, as minhas cantorias eram todas brincadeira, ao invés de brincar de boneca eu ia cantar junto com os discos das grandes divas do jazz. E fui evoluindo como autodidata, nunca fiz aulas de canto. Mas cantei de tudo, passei por fases de todo tipo de música, mas minha base musical sempre foi o Jazz e R&B. 

Meus modelos, não ídolos, foram as grandes cantoras de Jazz, Michael Jackson, Sarah Vaughan, Al Jarreau, mas tambem gostava muito de blues, Janis Joplin, e cantei muito heavy metal por incrível que pareça, adorava Black Sabbath, The Who etc. Na MPB eu gostava muito de Milton nascimento e Djavan, acabei trabalhando com os dois como vocalista. No cinema, tive mais influência quando fazia faculdade de Letras na UFF, ali conheci muita coisa boa, ia em todos os filmes cultas, em exposições, na verdade, a universidade foi o meu passaporte para a cultura em geral e foi muito importante pra minha carreira como cantora e como artista em geral. 

-Como disse acima meus estudos se basearam na minha condição de autodidata, nunca tive um professor de canto pra me dizer como cantar, adquiri minha técnica cantando juntos com os discos dos outros artistas que eu admirava , peguei um pouco de cada um e criei a minha técnica própria. Tenho aliás um workshop onde eu mostro o outro lado da aprendizagem, ou seja, como aprimorei o meu canto sendo autodidata!! Mas acredito tb no caminho acadêmico, não tive a oportunidade de seguir esse caminho mas aconselho a quem pode que faça aula, que estude porque facilitará ainda mais a estruturação da carreira e a comunicação com os músicos e com a música em si. 

-Depois de muito tempo eu aprendi que a coisa mais importante pra um artista, e acho que pra todo mundo, é a gente fazer o que ama, isso se chama sucesso, se vc faz o que ama vc tem sucesso, fama é outra coisa, hoje vc tem e amanhã não se sabe, e isso pode ser frustrante e até chocante pra certas pessoas! Eu tento cumprir a missão que me foi dada nessa vida que é tocar o coração das pessoas com o meu canto!! Pra mim isso vem em primeiro lugar e o resto pode ou não vir mas não passa de uma consequência do seu trabalho. Amo cantar e isso me move e moverá até o fim dos meus dias, e ser famosa não está mais na minha lista de prioridades. 

-Eu encontrei algumas vezes alguns homens que quando eu falava que era cantora, perguntavam:“ Mas qual é a sua profissão?” E eu tinha que desenhar que era a de cantora, não levavam a sério ou achavam que era uma profissão de mulher que não se devia levar a sério!! Eu tinha que colocá-los em seus devidos lugares sempre que isso acontecia. Mas não tive muito problema com isso não pois sempre me posicionava e não me deixava levar por ‘bullying’, nunca me deixei e se vejo alguém fazer com alguém vou lá pra “defender” e “brigar” por justiça. 

-A situação atual das artes / entretenimento / indústria: péssima!! Nunca vi e ouvi tanta mediocridade! E o governo atual, dito neoliberal, está deliberado em aniquilar com a cultura de nosso país, uma calamidade, mas estamos lutando e não calando!

Mas existe muita gente boa que não tem espaço na mídia, muita gente fazendo música de qualidade e de verdade, mas por isso mesmo não têm espaço por que “eles” (a industria da música e das artes em geral) acham que o bom não vende. A indústria da música no mundo mudou muito com a ‘internet’, melhorou a forma como que lida com a carreira, vc não depende mais de ter uma gravadora por trás, na época que eu comecei o sonho de consumo era assinar com uma grande gravadora, eu perdi essa ilusão, e vi que se o artista está disposto a trabalhar pela carreira, hoje em dia é mais fácil com a ‘internet’ como instrumento de divulgação, de venda, etc, mas tem que trabalhar muito!!! Ou ter uma equipe que fica praticamente 24 hs na internet fazendo ações que criem interesse do público. 

-Não sou letrista, sou uma intérprete, eu trabalho na letra que vou cantar, viver a  experiência do que estou cantando e contando quando solto a minha voz, com a minha emoção,  e essa é a minha ferramenta mais poderosa, mais até do que a minha voz, sem emoção não tem alma, sem alma não tem mensagem, sem mensagem pra mim, não tem missão! Estou nessa vida pra cumprir uma missão, e não somente pra entreter. Sou humildemente e simplesmente um canal dessa missão!! Como tantos outros artistas. E amo essa missão! Quanto ao meu cd nas mídias digitais, eu faço o que posso mas não tenho equipe 24 hs trabalhando nisso para mim. Se eles me tocam, se tem conteúdo, se tem um propósito, tô dentro!! Emoji

-Continuarei nessa batida do coração da música, e deixar ela pulsar e me levar pra lugares inusitados e maravilhosos!! Quero cantar mais, me emocionar mais!! Ando pensando em fazer um “programa” de entrevistas com amigos, pra internet  não só músicos ou artistas, mas com pessoas que tenham algo de inspirador a dizer e passar. E sem esquecer sempre um pitada de música na veia, é claro! 😊

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