Stella Menegucci

Stella Menegucci


Tive a alegria de crescer numa família grande. Os Menegucci são muito especiais… Sou a caçula de quatro irmãos, somos em três mulheres e um homem. Nasci em Franca, interior de São Paulo, e aos meus 4 anos nos mudamos para Ribeirão Preto, onde ficaria até meus 17. Perdi meu pai muito cedo, quando tinha 7 para 8, e minha mãe que sempre trabalhou, nos criou de uma forma muito independente. Tive uma ótima infância e talvez tenha sido um pouco precoce por estar sempre na companhia dos meus irmãos mais velhos e de seus amigos. Cresci vendo e ouvindo muita coisa que talvez não fosse considerada “ideal” para minha idade… O interesse pelas artes nasceu comigo, eu acredito. Me lembro de assistir Cinderela no Teatro Municipal de Ribeirão Preto quando tinha apenas 6 anos e meu desejo foi estar naquele palco, fazendo todas aquelas travessuras. Cresci também com muita influência musical e sempre apaixonada por cinema, séries e televisão. Sigo assim até hoje.
-Minha infância e adolescência foram muito pop. Cresci, por exemplo, assistindo É O Tchan dançar as tardes inteiras de domingo na televisão, me despertando o sonho de ser uma “morena do Tchan”. Chiquititas me fez ter certeza de que eu queria atuar e mandava várias cartinhas para o SBT. Quem diria que anos depois minha Chiquitita favorita se tornaria uma colega querida de trabalho… A MTV também permeeou grande parte da minha infância e adolescência e seguia apaixonada por Britney Spears, Backstreet Boys e Sabrina Parlatore. As séries da Sony eram minhas preferidas, como Dawson’s Creek. Anos depois cruzei com Katie Holmes pelas ruas de NY e minha vontade era lhe dar um abraço e dizer: “Eu amava a sua Joey Potter!”. Mas apenas a deixei caminhar e falar ao celular usando seus chinelos… Amava os filmes de terror e as comédias adolescentes… Bruno Gagliasso segue uma paixão desde que apareceu na televisão… E mais um montão de artistas… E todos eles saiam na Revista Capricho… (risos)
-Acho que devemos estudar e aprender a ser qualquer coisa na vida. Tudo requer dedicação, aprofundamento, teoria e prática se quisermos ser além de medianos. E com a arte não é diferente. Precisamos ter conhecimento e vivência de mundo para aprendermos a abrir nossos olhos ao real e ao transcendental. Aprender a ser lúdico. A ser humano. A entender o humano. Isso pouca gente sabe fazer…
-Eu dizia que queria ser feliz, rica e famosa. Cheguei em São Paulo realmente almejando a fama mas tanta água passou por debaixo dessa ponte que hoje vejo a fama, muitas vezes, como um fardo. Perde-se algo tão fundamental como a liberdade e hoje repenso se realmente quero isso. Feliz quero ser sempre. E rica para pagar minhas contas, minhas viagens pelo mundo e meu futuro. Estrelato mundial é algo tão distante… Quero ser apenas uma estrela que brilha, como já diz meu próprio nome.
Stella Menegucci
-Eu costumo dizer que ser mulher é muito difícil, por motivos fisiológicos, sociais, históricos… Mas é uma batalha que faço questão de lutar. Vale lembrar que até poucas décadas atrás a profissão atriz era considerada feita por prostitutas… E ainda vejo resquícios disso quando homens hoje se assustam com nossa profissão, com nossa independência, com nossa exposição, com nossa coragem e jogo de cintura. Isso existe, pode acreditar… Além do assédio, um assunto tão em voga, que ainda temos que enfrentar. Eu por exemplo já fui maltratada em set de filmagem por um diretor pelo simples fato de ter recusado jantar com ele no dia anterior… 
-Em tempos tão sombrios de corona vírus e de um outro vírus como cabeça da política no Brasil… a situação está complicada. Ainda não sabemos como serão as produções dentro desse “Novo Novo”, vemos tanta coisa pausada por conta da pandemia, tantos bons profissionais de braços cruzados, e tanto descaso do governo para com o setor. Temos uma indústria com um potencial imenso mas estagnada por políticas e pensamentos retrógrados e ainda por cima, estagnada por conta de um micróbio avassalador. 
-Gosto sempre de ter uma boa noite de sono e uma boa alimentação antes dos meus trabalhos. Estudo os textos, ensaio, aqueço minha voz, procuro saber mais sobre o assunto para ter sempre o que adicionar e o que se discutir. É comum eu recusar convites de jantares, por exemplo, antes de trabalhos. Sou bem caxias com isso. Gosto de estar em paz, tranquila, no conforto do meu lar para poder estar presente por inteira no dia da gravação, de corpo, mente e alma.
Stella Menegucci
-Sou uma atriz e apresentadora freelancer, então tenho que ter muita calma ao analisar propostas e projetos. E nada melhor do que diálogo para isso. Aliás, diálogo é uma premissa da minha vida. É sempre importante saber o cliente, o assunto a ser abordado, a carga horária, ter cuidado com questões contratuais… Aprendi ao longo desses anos a ouvir minha intuição e quando sinto que aquela oferta de trabalho não vale a pena… melhor agradecer e esperar o próximo. Ou às vezes perguntar ao amigos “universitários”. Tenho bons conselheiros. (risos)
-No momento, é sobreviver a 2020 (risos). Que ano emocionalmente difícil, hein? Mas pretendo continuar mantendo a energia positiva e sem preguiça, dando o meu melhor, sempre. Assim a vida flui e é assim que a gente cresce. O futuro será brilhante. Meu projeto atual é acreditar nisso.

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