Vida Santos

por Sherif Awad

Vida Santos
Sou, atriz do Brasil.
Eu cresci num sítio, minha família materna é de origem rural, meu pai trabalhava com trator de esteira, morei em alguns anos na cidade de Goioerê-PR que era próxima do sítio, com a separação dos meus pais voltamos a morar no sítio eu e minha mãe. Descobri o teatro na escola quando tinha por folta de 10 anos, fiz um teste para uma peça, fiquei com o papel principal, era uma sátira de Romeu e Julieta, toda feita em repente, daquele dia em diante eu sabia que era isso que eu queria fazer a sensação de estar completa, quando estava no palco, me toma até os dias de hoje. Minha avó me incentivava, me levava para ensaiar e me dizia que na Vida a gente tem que fazer o que gosta, sem medo do que os outros vão pensar.

Acabei fazendo faculdade de Licenciatura em Ciência na UEM, mas não concluí, vim para Curitiba com minha mãe e fui fazer Artes Cênicas na FAP e não me arrependo nenhum dia de ter feito esta escolha, atuar é quase minha razão de existir nesse mundo

-Cresci assistindo a TV aberta então via muita novela e filmes, Paulo Autran, Glória pires, Fernanda Montenegro eu lembro que assisti a casa dos espíritos com Meryl Streep e ficar embasbacada com a capacidade daquela mulher de interpretar um personagem

-Eu não sei como é se tornar um artista porque penso que estou ainda em construção disso, nunca se sabe o suficiente e nunca se está pronto. Ler e assistir tudo sobre artes ( teatro dança, cinema, circo etc) estar atento a vida de modo geral penso que o melhor jeito de se aprender e viver a vida de olhos bem abertos atenta a tudo

-Eu nunca estou satisfeita com meus feitos …. sempre quero chegar a outro lugar, apresentar em outra língua, em outro país, fazer personagens e trabalhar com linguagens que nunca trabalhei, desafios são estimulantes ainda que alguns assustem

-Ser mulher neste mundo já é enfrentar um desafio, sempre é necessário se justificar mais, fazer mais que um homem precisa fazer para ter espaço e reconhecimento. Eu tento a todo custo mudar meu foco, pra não acabar caindo na armadilha de querer provar algo a alguém e esquecer de fazer algo por sí. Mas já vivi situações em que falas da personagem que interpretava foram colocadas para personagens masculinos, ou mesmo de o personagem feminino ser substituído por um masculino. 

-A cultura no Brasil é subestimada, ainda mais agora em tempos de polarização, ouvir pessoas dizerem que artista é vagabundo que é sustentado pelo governo é cansativo e ridículo, a indústria do entretenimento gera mais lucro que a automobilística. Pense como seria um mundo sem artes, sem filme, sem programação de tv, sem música, sem artes plásticas se as pessoa vivessem um dia sem nada disso teriam a noção do tamanho que é essa indústria. No país infelizmente tem acontecido um desmonte da cultura e um descrédito dos artistas

-Eu sempre avalio se aquele trabalho me traz alguma satisfação pessoal, algum crescimento profissional se estou recebendo dignamente por aquele serviço, nem sempre a realidade é das melhores o que tento fazer é achar uma maneira de aquele trabalho ser benéfico pra mim, seja em retorno de mídia, financeiro. Mas já recusei trabalhos que estavam em desacordo com o que acredito e quero fazer da minha profissão

-Tenho um espetáculo para apresentar “Yo Vi el fin del mundo y me gustó” da   cia Selvática aqui de Curitiba e estou buscando maneiras de viabilizar meu monólogo  “Ísis” com texto de Daniel Rodriguez e inspirado na vida da minha avó e na nossa relação que sempre foi muito forte.

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