Flávia Ellen

por Sherif Awad

Flávia Ellen

Bom dia,

Sou artista da música, produtora cultural e redatora freelancer, Brasil

-Eu venho de uma família bastante musical, apesar de não termos ninguém que seguiu carreira na música. Meu pai canta e toca violão, assim como meu tio que cuidou de mim em alguns momentos. Então foi um encantamento natural, diário.

-Eu não tive modelos específicos de cinema, teatro, dança e TV, porque era uma criança muito ativa e uma adolescente mais voltada para a música. Sempre pensei nessas artes como entretenimento, e tenho admiração pelos artistas em geral. Na música, gostava muito da Ivete Sangalo desde pequena, e da Marisa Monte na adolescência!

-Eu nunca estudei formalmente violão ou canto, mas tive aulas com alguns professores de canto. A música sempre foi para mim algo instintivo, inclusive na hora de compor. Eu aprendi a ser artista com o desejo de me expressar pela música. Quando mais velha, estudei canto e passei a dominar um pouco mais essa habilidade. Se você possui talento, mas nunca estudou formalmente e não tem esse desejo, esteja perto de pessoas capacitadas, como eu estive em minha banda e com meu produtor musical. Já adulta, estudei bastante sobre Music Business, porque não se vive só do fazer artístico. É preciso se inserir no mercado com profissionalização. Para mim, este é um dos estudos mais valorosos. 

-Eu me sinto parcialmente realizada enquanto artista, porque não vivo somente de música. Esse é um desejo real. Mas nos últimos meses tenho sentido que posso viver de música de muitas maneiras, e meu lado de produtora cultural e executiva tem vindo à tona. Acredito que é possível viver de música unindo essas duas profissões. O estrelato nacional ou mundial não é importante para mim, mas pode ser uma consequência do bom trabalho.

-Sem dúvidas. Não à toa, sou fundadora e integrante, junto com outras mulheres, do Coletivo Mulheres Criando. Nós promovemos a mulher na música desde 2016 exatamente para diminuir as desigualdades de gênero. Cobramos maior representação das mulheres nos line-ups de festivais, capacitamos mulheres da indústria e demos palco a elas. Ainda é muito desigual, seja em cima do palco ou no backstage.

-Lamentável. Temos um governo ineficaz e preconceituoso, que não valoriza a arte e a cultura do país. Na verdade, sua política é apenas de destruição. Nós sobrevivemos por teimosia.

-Tenho muito cuidado e atenção na hora de compor uma música, porque tenho respeito a quem eu sou e o que vivo. Então, só promovo uma música quando acredito que ela está suficientemente madura e pronta para ir ao mundo. Em geral, busco parcerias para fazer a divulgação na mídia digital, e exerço também as habilidades que tenho nessa abordagem.

-Eu só aceito trabalhos que se comunicam diretamente com quem eu sou. Nem sempre o preço é determinante, mas o propósito. Faço muitos trabalhos sem pagamento porque acredito em uma causa específica. Quando o contratante pode pagar, sempre vejo sua possibilidade real para ajustar como posso me apresentar, mas isso jamais interfere na qualidade apresentada.

-Eu trabalhei um tempo em meu último disco,Desperta (2019). Lancei um single em 2020 (“Um pouquinho de sal”). No momento, estou preparando um novo “single” (para 2021, não sei quando será exatamente) e estou realizando algumas pré-produções com minha produtora (Dengo Produções Culturais), como o Circuito Saraus das Estações, Projeto Canta Comigo e Bloco Dengo.

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